sábado, 31 de janeiro de 2009

Tendências educativas no cenário escolar

O processo de construção da educação brasileira precisa passar pela reestruturação completa do currículo e prática pedagógica em todas as esferas de formação escolar, como o atual paradigma não corresponde aos anseios de promoção dos movimentos de organização da classe pedagoga e também do projeto de construção social do Brasil, um novo modelo deve ser implantado com o intuito de se criar uma educação de qualidade. Muitas escolas particulares dizem que trabalham com o construtivismo, outras dizem que trabalham para formar o cidadão crítico que sabe atuar em todos os campos da sociedade atual. Discurso que é pura ideologia neoliberal.
O que ocorre é que a educação está cada vez mais sendo privatizada passando para as mãos dos neoliberais que reproduzem a desigualdade social porque trabalham numa perspectiva que favorece apenas a minoria burguesa. A escola não democratiza, ao contrário, reproduz a divisão social e mantém os privilégios de classe “violência simbólica” segundo Bourdieu e Passeron.
Temos muitas escolas de 1ª à 4ª série com uma proposta pedagógica inspirada nessa visão neoliberal. Escolas que trabalham com apostilas padronizadas e a educação é oferecida como se fosse pacotes educacionais, o professor é reduzido a um simples executor de um planejamento e “o aluno vira um cliente” e pode comprar um pacote educacional pequeno ou grande, compra o que pode pagar. Se não estipularmos algumas metas a atingir, seremos movidos pelas forças cegas do mercado numa direção que nada tem de humana.
Mudar este cenário é possível, o que acontece na educação não é uma tragédia, mas sim um drama e depende do esforço de todos e de cada um, passar da educação que temos para a educação que queremos. Depende fundamentalmente de novas atitudes e de conquistas do dia-a-dia por parte de alunos, professores, pais, cidadãos e governos.
O Brasil precisa fazer da educação sua prioridade número um se quiser oferecer às novas gerações um futuro melhor e criar as condições necessárias para seu desenvolvimento social e econômico, não que a educação vá alavancar ou resolver todos os problemas do país e promover a democratização da sociedade por si só.
O mundo contemporâneo vive uma crise profunda, fruto de modificações profundas na economia, decorrente da tecnologia combinada com a vitória do grande capital conservador no seu embate com o capital liberal. Os avanços da tecnologia nos mais diversos campos tendo como pano de fundo a globalização neoliberal levam o mundo para um modelo de exclusão social jamais visto.
Vivemos um momento de ampliação das desigualdades sociais e do processo de exclusão social no país, que atinge cada vez mais os setores menos privilegiados da sociedade implicando em dificuldades enfrentadas por esses setores em relação ao acesso ao processo de escolarização e à permanência com sucesso no mesmo.
Para atender a lógica, aos interesses e necessidades dos alunos, a concepção de educação não pode se limitar à distribuição de conteúdos desconectado da realidade e tampouco a uma educação com um processo mecânico, padronizado ou estruturado como uma empresa.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A Educação brasileira hoje.

Considera-se a educação um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de uma nação, é através da produção de conhecimentos que um país cresce, aumentando sua renda e a qualidade de vida das pessoas. Embora o Brasil tenha avançado neste campo nas últimas décadas, ainda há muito para ser feito. A escola ou a faculdade tornaram-se ilusoriamente para algumas pessoas locais de grande importância para a ascensão social e muitas famílias tem investido muito neste setor, mas o Brasil continua ainda tendo a escola e principalmente a universidade voltada para a elite.
Contudo, ao olhar para o cenário atual da educação brasileira, fica claro que estamos longe de um ensino de qualidade. Enquanto se fala em PCNs, Piaget e Vygotsky para lá e pra cá, em construtivismo e outras coisas a mais, temos escolas superlotadas de alunos que não se interessam por nada do que se ensina ali, o que é ensinado é algo considerado supostamente importante para a vida dos alunos, e os interesses desses alunos não são levados em conta.
As escolas continuam se estruturando como há muito tempo atrás, estipulando um número de anos para desenvolver um determinado curso, traz as tradicionais matérias do currículo, desenvolve uma série de conhecimentos gerais que eventualmente possa um dia servir para que o aluno utilize no mercado de trabalho ou na sua vida. Sem falar que a escola até hoje está presa ao antigo quadro e giz o que não é suficiente para reter a atenção dos alunos acostumados aos avanços tecnológicos.
Os cursos oferecidos são longos com conteúdos específicos, o aluno estuda como, por exemplo, Língua Portuguesa, Matemática e Geografia dentro de um currículo fechado desconectado da realidade, o que não faz sentido porque as mudanças acontecem rapidamente na sociedade e a escola precisa caminhar junto com essa evolução. As escolas brasileiras não estão atentas com as mudanças que ocorrem em todos os setores da sociedade, o que é indispensável para que possa se reestruturar para atender as novas necessidades que vão surgindo.
A nossa escola hoje continua oferecendo uma série de informações, que não sabemos para que servem, e qual é a finalidade e a qual necessidade vai atender. A educação pública brasileira trabalha com um padrão mínimo de qualidade que nem mesmo a LDB especifica que mínimo é esse.No Brasil vejo uma mistura de tendências pedagógicas, onde a tendência neoliberal está cada vez mais presente. Infelizmente a ideologia fatalista e imobilizante do discurso neoliberal está a solta, e nossas escolas públicas de ensino básico estão sucateadas, foram deterioradas pela má administração pública, a corrupção, o descaso para com alunos e professores.